Chuva favorece lavouras de grãos no sul do Maranhão
01/04/2014As lavouras de grãos no sul do Maranhão receberam bons volumes de chuva e agora os agricultores aguardam por períodos de sol para retirar o produto do campo. Algumas das áreas de soja já colhidas foram semeadas com milho safrinha, mas ainda há plantações em fase de desenvolvimento. Diferentemente da Bahia e do Piauí, onde os rendimentos oscilam de uma lavoura para outra, o potencial produtivo das regiões que cultivam grãos no Estado é mais uniforme e as perdas devem ser pontuais na safra 2013/2014.
"Vimos bastante área de safrinha com cerca de 20 dias. Não está faltando chuva e o desenvolvimento está bom", comentou Valmir Assarice, analista da Agroconsult, no último dia de expedição da sexta equipe do Rally da Safra 2014. De acordo com ele, o plantio de uma segunda safra de milho seria maior no Maranhão, não fosse pelo veranico que normalmente ocorre em dezembro. "Se for muito precoce, a soja vai sofrer durante a fase de floração. É melhor que esteja em estágio vegetativo, quando fica menos suscetível à seca e consegue se recuperar", explicou.
Na Serra do Penitente, localizada no município maranhense de Tasso Fragoso, as lavouras analisadas apresentavam rendimento médio de 50 sacas por hectare, com incidência de antracnose e ferrugem asiática, assim como infestação de lagartas. Nas propriedades rurais próximas a Balsas, a situação é parecida, com casos de doenças fúngicas na soja e áreas de safrinha em germinação.
A família Wendler, que mais de uma década atrás deixou Cascavel, no Paraná, e hoje tem cinco fazendas juntamente com outros sócios no sul do Maranhão, cultivou 4 mil hectares com grãos em 2013/14, dos quais 3 mil hectares com soja e 1 mil hectares com milho verão. "Viemos em 1999 só para conhecer e em 2001 começamos a trabalhar na terra", afirmou Ildefonso Wendler, em entrevista ao Broadcast.
Seu filho, Emir, disse que uma estiagem de 13 dias em dezembro e problemas posteriores com ferrugem asiática em parte das plantações devem reduzir a produtividade média da oleaginosa para cerca de 40 sacas por hectare, de 58 sacas em 2012/13. No caso do milho, eles preveem colher 160 sacas por hectare, mais que as 150 sacas por hectare do ciclo passado, graças à rotação da cultura para uma área mais fértil.
A sobra de sementes levou os paranaenses a testar o cultivo de uma safrinha de milho em cerca de 100 hectares neste ano e a área pode ser ampliada na temporada 2014/15. Em março do ano passado, a família adquiriu 7 mil hectares no município de Riachão e até agora aguarda uma licença ambiental para iniciar os trabalhos de abertura. Até que ocorra a liberação, não haverá necessidade de investir em novos equipamentos ou armazenagem. "Temos máquinas sobrando por enquanto", disse Emir Wendler.
Conforme ele, seis colhedoras foram compradas nos últimos dois anos e, além dos quatro caminhões para deslocamento da safra, a família já dispõe de três silos estáticos com capacidade para 110 mil sacas, além de dois armazéns, um de adubos e outro de grãos. Entre as dificuldades enfrentadas no sul do Maranhão, Emir destacou a logística. "Temos 43 quilômetros de estrada até a sede da fazenda que foram feitos por nossa conta", relatou o produtor, que já organizou até um abaixo-assinado para mobilizar o governo regional a tomar providências.
Ele acrescentou que ainda há muitas terras à venda na região para aqueles que desejam investir na agricultura do Maranhão. "Se tiver dinheiro, tem terra demais. As mais próximas do asfalto são vendidas primeiro", comentou Emir Wendler. A jornalista viaja a convite da organização do Rally da Safra.
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