Uvas sem sementes ganham mercado

04/01/2013

A praticidade e o sabor das uvas sem sementes caíram no gosto dos consumidores brasileiros. Prova disso são as vendas das variedades nacionais destas frutas na Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa) que cresceram 26% no último ano.
Levantamento do Mercado de Hortifrutis da Central mostra que a oferta das uvas thompson e crimson – as mais conhecidas entre as que não têm caroços – recebidas no entreposto subiram de pouco mais de 1 mil toneladas entre novembro de 2010 e outubro no ano passado, para 1,3 milhão de quilos nos últimos doze meses – de novembro de 2011 a outubro deste ano.
“O consumidor está cada vez mais exigente. E além de boa qualidade, a opção sem semente acaba sendo mais prática gerando esta grande aceitação”, avalia o coordenador do Mercado, Márcio de Lima.
Boa parte das uvas sem caroço vendidas na Ceasa Campinas veem do Chile. Mas tem aumentado a vinda da lavoura brasileira, em especial de Pernambuco e da Bahia, onde se concentram as maiores produções no país. Hoje, cerca de 80% das uvas thompson e crimson nacionais que são comercializadas no entreposto campineiro veem destes estados.

Opção e qualidade
Francisco Bispo da Silva, responsável pelas compras e vendas de uvas da Frutas Benassi – empresa permissionária da Ceasa, aponta um crescimento de 20% em um ano no volume que comercializa das variedades sem caroço. “É mais uma opção para os clientes e temos vendido cada vez mais”, relata.
Ele explica, porém, que mesmo assim, a variedade niagara – mais tradicional da região e que tem sementes – não perdeu o posto e continua com a mesma demanda. “Foi lançada, inclusive, uma niagara mais doce, chamada colibri que está vendendo mais ainda”, conta.
O permissionário da Central, Renato Cornacchione, também relata o aumento no comércio das variedades de uvas sem sementes. Para ele a facilidade e o sabor mais doce são os motivos da preferência. “O consumidor tem buscado cada vez mais qualidade”, considera.

Apirênicas
O surgimento das uvas sem caroços ocorreu por meio de mutação genética. Tecnicamente chamadas de apirênicas, existem mais de 100 cultivares de uvas sem caroços no mundo.
No Brasil, o cultivo é recente, de 90 pra cá, e tem se aprimorado com um trabalho de melhoramento genético desenvolvido para as condições climáticas brasileiras, mais quentes que a maioria dos vinhedos do mundo. As principais regiões produtoras são Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).

Fonte: http://www.ceasacampinas.com.br

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