RS: lavouras de milho e soja são beneficiadas pela chuva

07/01/2015

Chuvas recentes registradas em regiões produtoras do Rio Grande do Sul beneficiaram as lavouras de milho gaúchas, que estavam se ressentindo da escassez de hídrica após semanas de tempo firme e temperaturas elevadas, segundo a Emater-RS. A empresa aponta que 61% da safra passa fase de floração e enchimento de grãos, período em que a umidade é crucial para a definição do potencial produtivo das lavouras. Ainda conforme a Emater-RS, 98% da safra do grão está semeada. 

O plantio da soja também está praticamente finalizado, mas a escassez de chuvas causou falha na germinação em algumas lavouras. A Emater-RS afirmou, no entanto, que não houve necessidade de replantio. “Também em casos pontuais foram detectados problemas com fungos de solo, após as chuvas, causando podridão das plântulas”, disse a empresa. 

Os produtores de milho também receberam a notícia da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), beneficiados com leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) em 2014, devem caminhar sozinhos em 2015. O presidente da estatal, Rubens Rodrigues dos Santos, disse que, depois das intervenções realizadas pela Conab neste ano, o mercado está regulado e deve permanecer acomodado. “Além de os preços estarem acima do mínimo atualmente, a previsão de que a área plantada será menor na safra de verão também ajuda a balizar os preços”, disse. 

Em seu último levantamento, divulgado em 10 de dezembro, a Conab estimou a lavoura de milho verão em 6,181 milhões de hectares, 6,6% menor que a cultivada no ciclo passado, o que aponta para uma produção de 29,3 milhões de toneladas (-7,5%). A estimativa para a safrinha ainda não foi atualizada e a Conab considera, por enquanto, a mesma área de 2014, de 9,182 milhões de hectares de milho. Assim, a projeção para a safra brasileira do cereal em 2014/15 é de 78,7 milhões de toneladas (-1,5%). Já o algodão deve ocupar 1,0 milhão de hectares (-10,4%) e resultar em até 1,539 milhão de toneladas (-11,2%). 

Os recursos para operações de subvenção, como Pepro, principal instrumento usado em 2014, deverão constar do orçamento para o próximo ano, ainda não aprovado. Em relação à Aquisição do Governo Federal (AGF) para milho, Santos diz que a estatal recorrerá à operação caso haja necessidade de garantir preço mínimo. O mecanismo permite ao governo reforçar os estoques públicos, que em milho somam 1,64 milhão de toneladas neste mês de dezembro. 

Milho e algodão foram as duas culturas que receberam maior apoio da Conab neste ano por meio de leilões de Pepro, respondendo por 79,38% do valor total das operações, sendo R$ 255,54 milhões para milho (5,8 milhões de toneladas) e R$ 243,6 milhões para algodão (905,3 mil toneladas). 

Nas operações de Pepro realizadas em 2014 a Conab disponibilizou um total de R$ 628,82 milhões em prêmios. Além da subvenção ao algodão e ao milho, a companhia apoiou com Pepro laranja, trigo e borracha. Foram arrematados prêmios para a comercialização de 18,8 milhões de caixas da fruta, com valor total de R$ 47,11 milhões. Para o trigo, foram 788,69 mil toneladas, com total de R$ 81,11 milhões em prêmios. Já para a borracha, a subvenção foi de R$ 1,46 milhão. 

Na avaliação de Santos, as operações cumpriram seu objetivo já que os preços dos produtos se estabilizaram acima do mínimo. No caso do trigo, houve subvenção para 1,55 milhão de toneladas e foram arrematados prêmios referentes a 50,75% desse volume. “No último leilão que realizamos apenas 11% do volume ofertado foi arrematado, indicando que não há mais demanda pela subvenção”, afirmou Santos. 

Ao sinalizar a possibilidade de aquisição de milho no ano que vem, o presidente da Conab afirmou que não há previsão de compras de arroz, mesmo com estoques baixos do produto. Em 2014, a estatal vendeu 418,17 mil toneladas de arroz. “Em uma determinação do governo, os estoques foram praticamente zerados”, afirmou Santos. O executivo lembrou que o estoque de arroz foi formado três e quatro anos atrás, por meio de AGF. “Hoje, temos pouco menos de 380 mil toneladas de arroz em estoque, e a intenção era exatamente desovar esse volume”, disse. Em dezembro, a Conab registrava 1,64 milhão de toneladas de milho em estoque, 376,67 mil toneladas de arroz e 15,02 mil toneladas de trigo. 

No dia 22 de dezembro, o Ministério da Agricultura anunciou que fará Aquisições do Governo Federal (AGF) para trigo no limite de até R$ 200 milhões. As operações visam a garantir preço mínimo ao produtor e recompor os estoques públicos. A medida havia sido anunciada pelo ministro Neri Geller em setembro, início da safra nacional, mas só confirmada agora. A data para o primeiro leilão de AGF ainda será informada. 



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